A etimologia da palavra currículo remete a percurso, rota. Portanto, no contexto escolar, o currículo deve possuir caráter socializador, formativo, cultural, além de educativo. Contudo, Althusser através de seu livro Aparelhos ideológicos de Estado, ressalta o caráter de reprodução das relações de produção, por isso é necessário entender as ideologias por de trás de tais documentos normativos. 

O currículo acima de tudo é histórico e atende as necessidades de uma determinada parcela da sociedade, contudo a grande questão é, que parcela é essa? qual a sua finalidade? É necessário começar a fazer esses questionamentos para que haja a emancipação necessária para que a educação seja o exercício da autonomia. Com base nisso, hoje, depois desses questionamentos, surge uma vertente de estudo conhecido como estudos decoloniais. 

Na prática é fácil constatar isso. No componente curricular de sociologia o currículo propõe o estudo de europeus e americanos como praticantes dos estudos sociais mas, africanos e asiáticos são ignorados neste processo. Quer dizer que com mais de 4.000 anos os chineses nunca formaram um sociólogo? o continente Africano nunca formou um cientista social? E as mulheres, onde estão?  Por isso é necessário entender a formação do currículo no que o Sacristán chamou de currículo prescrito.