Na creche que atuei estive com dois alunos com TEA, um já tinha 5 anos e o outro tinha 3. O primeiro estudava desde bebê na mesma instituição, e correspondia com muito mais facilidade as orientações e atividades propostas, enquanto o outro entrou na escola depois e apresentava muita dificuldade em se adaptar ao contexto com outras crianças, já que era seu primeiro contato desde que nasceu. Porém, percebeu-se que ele sentiu-se tão acolhido, que gradativamente ele foi se permitindo interagir, e deixou que as cuidadoras penteassem seu cabelo, algo que era uma dificuldade até mesmo para a mãe, que nem conseguia levá-lo ao cabeleireiro. Todo um trabalho de acolhida e de aproximar-se gradativamente, preparando seu comportamento, foi efetivo para essa linda conquista.
Quando contrariados, ambos tinham um comportamento bem agressivo, porém o aluno mais novo, quando era acalmado, sempre procurava abraço e colo, então a questão do contato e do afeto nem sempre era uma questão que lhe incomodava. Já o outro tinha muita dificuldade de se acalmar, necessitando de vários profissionais para acalmar e/ou protegê-lo de se ferir ou de machucar outros coleguinhas.
Essas situações mostram como realmente cada criança é totalmente diferente e não há segredo pronto, há caminhos e perspectivas possíveis. E acima de tudo, empatia, afeto por parte do professor, além de uma equipe de profissionais muito unida em prol do objetivo.