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Atividade 2.1.: Fórum temático (Avaliativo)

Comentários sobre os textos da "Semana 2" e reflexões acerca das atuais propostas de reforma do Ensino Médio

Comentários sobre os textos da "Semana 2" e reflexões acerca das atuais propostas de reforma do Ensino Médio

por Damião Benilson Gomes de Melo - Número de respostas: 3

Aos professores Formador e Tutor, bem como aos demais colegas, faço votos de que tenham uma excelente semana.

 

Quanto ao conteúdo da Semana 2, de acordo com as orientações da apostila, após a leitura do primeiro artigo (texto publicado no boletim "Aprendizagem em Foco"), nos colocamos diante de uma questão: por que o Brasil é mais um daqueles países interessados nas práticas educacionais bem-sucedidas no exterior? Convenhamos de que somos "um país que importa metodologias educacionais". Mas, até que ponto essas experiências podem contribuir com o nosso modelo de ensino atualmente vigente?

 

Como dissemos na atividade da semana passada, os desafios da escola não serão resolvidos com a importação de modelos e/ou projetos bem-sucedidos, como se costuma fazer com a experiência de outros países, até porque a nossa peculiar realidade enquanto “país em desenvolvimento” não admite propostas que não estejam adequadas com as mais prementes necessidades do nosso povo.

 

Foi justamente para contribuir com esse debate que o Instituto Unibanco convidou especialistas da Finlândia, Alemanha e Canadá (três das maiores potências educacionais do mundo) para debater quais seriam os melhores caminhos para a melhoria do nosso Ensino Médio. A experiência desses países poderia contribuir significativamente com uma proposta de reformulação do sistema de ensino brasileiro.

 

Como aponta o texto, essa participação consistia na apresentação de vários modelos de ensino, praticados pelos respectivos países, no seminário "Desafios Curriculares do Ensino Médio". Também foram analisadas as experiências bem-sucedidas da Austrália e da Suíça, outros países que detém grande destaque internacional em termos de qualidade com a educação.

 

Ademais, o artigo mostra que não há uma solução ideal, uma fórmula perfeita para resolver todos os problemas do ensino, até porque a estrutura curricular dessa etapa depende de fatores culturais, históricos e sociais e muitas vezes é difícil compreender isso a partir da análise de contextos isolados.

 

Já no segundo texto, um dossiê sobre “Educação e democracia: BNCC e o NEM sob a ótica das entidades acadêmicas da área educacional” expõe quais os interesses envolvidos nas duas legislações que visam alterar as bases da educação brasileira. Os autores identificaram três pontos que fragilizam o direito à educação: (i) a noção de democracia; (ii) o direito à educação e ao conhecimento mais amplo e iii) privatização da educação.

 

Em suma, discordamos veementemente da proposta original de reforma do ensino médio, o chamado “novo ensino médio” (NEM), pois, em total concordância com os autores do texto, tal proposta “atende a funções utilitaristas, como a formação para um possível mercado de trabalho, subsumindo sobretudo a função de formação para a cidadania [...]” (SILVA; COSTA, p. 8). Os autores esclarecem, ainda, que a educação não é neutra e por isso está sempre envolvida em disputas, cabendo às instituições acadêmicas defenderem o direito à educação e lutar contra projetos que visam apenas a privatização do sistema de ensino.

 

Dito isto, as várias posições trazidas pelo texto consistem numa defesa do direito à educação a partir de uma análise crítica das posições de três entidades representativas na área de educação (ABdC, ANPed e Anfope), as quais se posicionam a favor de medidas que possam barrar projetos que fragilizem o direito à educação, buscando compreender como essas instituições tem trabalhado para combater os avanços do conservadorismo sobre a educação desde a ruptura política de 2016, cujas medidas adotadas desde então apontam para uma privatização da educação brasileira.



Em resposta à Damião Benilson Gomes de Melo

Re: Comentários sobre os textos da "Semana 2" e reflexões acerca das atuais propostas de reforma do Ensino Médio

por Sales Coimbra Fontenele -
Oi, Damião!

Você fez uma excelente análise dos dois textos, especialmente quando destaca o fato de que a reforma do Ensino Médio no Brasil é uma questão complexa que requer uma abordagem cuidadosa e considerada. No entanto, o ponto que mais chamou a minha atuação em toda a discussão que esses dois textos propostos para essa atividade é a consciência de que não podemos permitir que quaisquer decisões sobre reformas educacionais sejam tomadas por entidades privadas, como as que financiam o "Todos pela Educação", uma vez que essas iniciativas estão muito mais interessadas em adequar o sistema de ensino brasileiro aos seus interesses de mercado, em vez de priorizar o bem-estar e o desenvolvimento dos nossos estudantes. Por isso, acredito que temos a obrigação de resistir a qualquer tentativa de privatização e garantir que nossas decisões sejam orientadas pelo que é melhor para nossos estudantes e para a sociedade como um todo.
Em resposta à Damião Benilson Gomes de Melo

Re: Comentários sobre os textos da "Semana 2" e reflexões acerca das atuais propostas de reforma do Ensino Médio

por Alcivan Lima dos Santos -
Olá Damião, belíssima analise.
Em resposta à Damião Benilson Gomes de Melo

Re: Comentários sobre os textos da "Semana 2" e reflexões acerca das atuais propostas de reforma do Ensino Médio

por Joao Francisco Barreto Caiafa Balbi -
Olá, caro colega e demais!
É necessário uma abordagem social e sociológica das questões do novo EM. O intuito me parece que era reduzir o problema (o ensino médio era o problema, pois tinha alto índice de reprovação e evasão), no entanto, precisamos ser realistas.
Diversos grupos de interesse se envolveram nas discussões e não foi possível criar um projeto que atendesse as demandas pedagógicas.