Refletindo brevemente, destaco que a centralização curricular, a testagem em larga escala e a responsabilização de professores e gestores formam uma tríade voltada para os valores de mercado, resultando na desvalorização e desqualificação dos sistemas públicos de ensino. Essa tendência abre portas para a privatização. A exclusão da sociedade civil na elaboração das Bases Nacionais, inibindo a Democracia, é programática e sistemática, vista como obstáculo para políticas neoliberais. Dada a vastidão do Brasil, com suas diversas regionalidades, uma base nacional centralizada dificulta atender às necessidades específicas de cada região. A BNCC não considerou essas diversidades, potencialmente fragilizando o direito à educação e a qualidade do ensino.
O Novo Ensino Médio parece desconectado da realidade do sistema educacional brasileiro, carecendo de elementos básicos como infraestrutura e professores. Os itinerários obrigatórios e a busca por outras instituições para cumprir a carga horária podem forçar alunos de escolas sem infraestrutura a procurarem instituições privadas. Além disso, conhecimentos antes reservados ao ensino superior foram incorporados ao EM, impactando negativamente profissões específicas. Por exemplo, áreas como marketing agora podem contratar profissionais com nível médio, flexibilizando exigências e precarizando tanto essa área quanto as universidades, uma vez que a Reforma Trabalhista abriu espaço para esse tipo de contratação.