O trabalho em equipe predispõe o conflito, porque coloca frente a frente pessoas com personalidades e contextos de vida diferentes, que, supostamente, terão distintas visões sobre um mesmo problema, assim como abordagens próprias para alcançar a respectiva solução.
A ausência de conflitos não é possível, nem mesmo, em um
trabalho individual e solitário, na medida em que o sujeito pode experimentar
conflitos internos, dúvidas, inseguranças ou mesmo conseguir distinguir entre caminhos
diversos e igualmente aplicáveis a um problema.
O conflito, pois, é da natureza humana. A ausência de conflitos pode ser sintoma de sérios problemas, pois pode ser indicativo de que os colaboradores não estejam comprometidos ou não encontrem espaço para se expressarem.
Quando em contato com o outro, há que se ter a predisposição
à escuta ativa, em que, verdadeiramente, se deseja conhecer uma opinião
diversa, e sobre ela refletir com isenção. Uma vez inserido em uma organização,
como a escolar, é preciso a consciência de que a esfera de decisões é coletiva,
motivo pelo qual todas as vozes hão de ser escutadas.
Não se trata, com efeito, de tarefa simples, pois somos
naturalmente predispostos a atos de defesa e autoproteção, inclusive, das
ideias e posições assumidas. Tendo em vista a colegialidade das decisões no
ambiente escolar, é indispensável que todos dispam-se de vaidades, tanto quanto
possível, e comecem, desde logo, a desenvolver a percepção de que o debate, a
escuta e o respeito pela opinião alheia não são uma opção, senão o único
caminho, para o qual devem convergir as melhores energias de cada um.
Ao Gestor, certamente, cabe o papel principalmente em situações em que os próprios envolvidos não sejam capazes de resolver o impasse. A construção de uma solução há que preceder a imposição da resposta. Compreender as causas do conflito talvez seja o ponto mais importante do que propriamente resolver o conflito, a fim de que, posteriormente, não torne a ocorrer por idênticas razões. Quando se vai às causas, as chances de melhora acontecem.
Em último caso, cabe ao Gestor adotar à medida que o momento tornar necessária e, continuamente, continuar a trabalhar nas causas do conflito.