“A importância do trabalho conjunto dos professores da sala de aula comum e os professores da Sala de Recursos Multifuncionais”.
A partir de Paulo Freire e de bell hooks, pedagogos que norteiam meu posicionamento político dentro e fora das salas de aula, compreendendo que é “na teia” da escola, na perspectiva das relações interpessoais e profissionais – de modo imbricado, que se dão os aprendizados. Teoria sem práxis, práxis sem criação de inteligibilidades, nesse sentido, jamais podem construir um ambiente pedagógico, realmente, crítico, uma vez que, para aprender, bem como ensinar, para e com o outro, é preciso praticar o fazer coletivo e isso envolve toda a comunidade escolar. Quando penso, especificamente, na troca entre professores da sala de aula regular e professores da SRM, imagino que deva existir entre eles não apenas troca de informações formais sobre os estudantes, mas partilha de conhecimentos acerca das identidades do aluno quando estão em ambientes diferentes, com estudantes e com processos diferentes, nos quais um ou outro profissional não consegue adentrar por fazer parte de um grupo ou de outro. Dessa forma, penso que têm saberes complementares, estratégias específicas e posicionamentos que, quando discutidos, podem contribuir para permanência dos discentes na escola. Na troca profissional, dessa forma, há não só crescimento entre profissionais a partir de suas experiências, mas maior possibilidade de (re)conhecimento das habilidades, das dificuldades, das interações que fazem parte do ser discente que se apresenta diferente diante de cada um de seus professores. Acredito que essa troca deve ser estimulada, sobretudo, dentro da agenda da escola, como parte do trabalho docente, como processo de formação continuada e possível dentro do cotidiano da escola. Acredito que só é possível incluir um aluno quando conhecemos quem ele é e quando mais informações temos a seu respeito maiores podem ser as chances de possibilitar um ambiente em que ele se sinta pertencente, tal como seu direito postula e tal como a sociedade deve ser: aberta a pluralidades e a todo tipo de diálogo que inclua, que diminua desigualdades e que propicie emancipação.