Confrontando as duas pessoas que deram origem a letra da música “Globalização, o delírio do dragão! de autoria do compositor Fauzi Beydoun e o documentário “O mundo global visto do lado de cá“ de Sílvio Tendler baseado em uma entrevista realizada em 2001 com o cientista Milton Santos, tem-se a impressão que ambos além de abordarem temas semelhantes, possuem ideias e pensamentos equivalentes diante da globalização da educação, da saúde, da economia e até das políticas públicas no mundo.
São visões de uma certa forma coincidentes em quase todos os pontos abordados. Para ambos a globalização causou num mundo uma revolução a base do capitalismo, aonde os ricos predominam em todas as áreas do conhecimento e da vida humana nos países.
A música escrita em 1998 aborda logo no início da música o tema da globalização de uma forma perversa: “Globalização é a nova onda O império do capital em ação”; para arrematar ao final da letra os seguintes versos: Ricos cada vez mais ricos e metidos; Pobres cada vez mais pobres e falidos; Globalização, o delírio do dragão!
Em sua entrevista ao roteirista Silvio Tendler em 2001, Milton Santos dizia que “a globalização é fragmentação ao expressar no lugar os particularismos étnicos, nacionais, religiosos e os excluídos dos processos econômicos com objetivo de acumulação de riqueza ou de fomentar o conflito.”
Que a globalização se apresentava sob três faces: A primeira seria o mundo tal como nos fazem vê- lo: a globalização como fábula; a segunda seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e a terceira, o mundo tal como ele pode ser: uma outra globalização.
Sob os aspectos da reforma dos anos 1990, iniciada no governo Collor até o fim do segundo mandato do governo Fernando Henrique (2002), com bases exatamente no capitalismo mundial, pode-se observar avanços e retrocessos na educação brasileira.
Seguindo as hostes da economia mundial, o Brasil não se comportou de forma diferente em relação as condições de economia para a educação. Os ricos continuaram a frequentar escolas bem aparelhadas e capazes, enquanto a população geral do país, em especial a população pobre, tiveram uma educação precária e desprovida de assistência necessária a um desenvolvimento capaz de criar no país uma sociedade mais justa e equilibrada.
Todos os protestos da música e o documentário, possuem a mesma tônica e condão de enfrentar o distanciamento entre pobres e ricos no mundo. A globalização elevou mais ainda a categoria dos ricos, enquanto reduziu e achatou a sociedade dos pobres.
Finalmente se falar em reforma da educação nos anos 1990, é avaliar que houve uma evolução no sistema educacional do país, que mais beneficiou as classes abastadas e pouco contribuiu para o crescimento das classes mais pobres.