O meu TCC na graduação teve como foco a relação dos jovens do Ensino Médio com a escola. No levantamento bibliográfico, constatei que o Ensino Médio no Brasil enfrenta desafios como a ausência de identidade definida, dicotomia em suas finalidades, incompatibilidade entre a formação oferecida e as demandas dos jovens e da sociedade, condições precárias para o exercício docente, dificuldades para ampliar o acesso e a permanência dos jovens na escola, entre outros.
Assim, as críticas apresentadas no artigo “Educação e democracia: Base Nacional Comum Curricular e novo Ensino Médio sob a ótica de entidades acadêmicas da área educacional” são coerentes com o histórico dessa etapa da Educação Básica.
Considero que a reforma do Ensino Médio aprovada durante o governo antidemocrático foi um projeto para manter os jovens periféricos longe das cadeiras das Universidades Públicas. O processo de expansão da Universidade Pública através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) levou muitos jovens de escolas públicas, periféricos, negros e indígenas para o Ensino Superior, possibilitando a esses sujeitos conquistar o primeiro diploma universitário de gerações de uma família.
Essa conquista não agradou a todos, principalmente à elite e seus simpatizantes. Alguns disseram que o ingresso desses jovens provocou a "perda da qualidade" da Universidade Pública. Assim, a reforma do Ensino Médio veio para frear essa trajetória e oferecer um ensino mínimo e direcionado ao mercado de trabalho. O futuro próspero para os jovens parece limitado considerando os constantes ataques à educação.