Percebe-se, ao analisar os dois textos indicados que cada um deles se posiciona de maneira bem clara no que se refere à ideologia defendida. O primeiro tenta justificar as reformas que estavam (e ainda) em curso no cenário educacional brasileiro. Enquanto que, o segundo posiciona-se de maneira bastante crítica em relação a essas reformas.
O texto “em busca de um modelo para o ensino médio”, sob uma forte tendência neoliberal, defende, de forma velada, as práticas educacionais internacionais que, embora, em seu conteúdo, afirme que não devem ser modelos a serem copiados, deixam claro que são inspirações para as reformas que, segundo o material em estudo, devem ocorrer no Brasil, para que, dessa maneira a problemática do Ensino Médio brasileiro possa ser minorada. O texto evidencia sua tendência neoliberal quando aponta como principal fundamento para o estudo o fato de os especialistas que debateram a situação educacional terem sido convidados pelo Instituto Unibanco.
O texto “Educação e democracia: Base Nacional Comum Curricular e novo ensino médio sob a ótica de entidades acadêmicas da área educacional”, por sua vez, discute, à luz de uma série de documentos, as reformas que vem ocorrendo no campo educacional desde o ano de 2016 e enfatiza que estas reformas são extremamente preocupantes, uma vez que, segundo o estudo, objetivam fragilizar ainda mais a escola pública para que os seus financiadores possam se apropriar dos investimentos públicos destinados à educação. O texto ainda afirma que a escola pública, para muitos jovens provenientes de famílias em vulnerabilidade social, são os únicos espaços que lhes garante uma socialização e deve garantir, ainda, de forma gratuita, uma educação de qualidade científica, pedagógica e democrática que contribua para formar integralmente este cidadão.