Olá a todos.
Ambos os textos revelam um posicionamento, uma teoria, um discurso, enfim, uma práxis política. Até porque, não se pode pensar pensar ou agir em educação sem a Política. É curioso ver como, tomando por referência o termo "reforma", ambos os textos comunicam e expressam uma ideia - só que de modo completamente distinto. E nessa distinção, é fácil perceber qual delas chega com mais praticidade em seus públicos-alvo - nesse caso a população, que precisa ser convencida, de um lado, que a reforma do Ensino Médio e a BNCC são necessárias nos moldes propostos pelo Boletim; e de outro, que ela fere a uma série de conquistas sociais e visa atender a interesses que não os estabelecidos na Constituição de 1988 e noutros documentos a ela alinhados.
O Boletim comunica-se objetivamente, em poucas folhas, poucas seções, recorre a elementos visuais. É formal na sua abordagem! Traz tópicos que, aparentemente, tocam em todos os problemas que afetam o Ensino Médio - e a forma sintética de sua apresentação evita leituras "enfadonhas e alongadas". Mas o texto da Revista também tem a sua objetividade! Entretanto, por ser revestida de crítica, não se pode dar ao "luxo" de ser enxuta ou breve; nem de ser formalista, sem contrapor e discutir os argumentos apresentados. É textual, sem recorrer a imagens. Exige, portanto, a paciência da leitura e, para além dela, a capacidade de compreensão do que ali está disposto.
É curioso como esses textos falam sobre o poder de um argumento objetivo. O problema é que o público-alvo vem sendo paulatinamente formado para não ter profundidade compreensiva, crítica, analítica e argumentativa. Daí que fica fácil falar em "Escola Sem Partido", tratando-a como um espaço neutro, homogêneo, apartado das dinâmicas sociais, e difícil contra-argumentar dizendo que, na verdade, sempre houve uma abordagem política mantenedora de um certo status social - e que reage ao fato de que as diferenças ganharam visibilidade e precisam ser atendidas em suas demandas.
Mas, é bom ver que o que ambos os textos colocam está sendo debatido com vigor - revelando uma verdade guerra de interesses, que mira especialmente a Escola Pública. E melhor ainda ver que os estudantes estão mais engajados nos debates, vendo que as propostas do texto do Boletim avançam em algumas frentes (porque os interesses são globais e têm implicações locais), mas, que seguem reivindicando o que está disposto no texto da Revista, opondo-se aos interesses desses atores hegemônicos.