Em maio de 2023 um projeto de lei propôs a revogação do Novo Ensino Médio e isso nos diz muito a respeito da eficácia do programa na educação brasileira. O Novo Ensino Médio é questionável em diversos aspectos, que são, inclusive, abordados no texto "Educação e Democracia". Primeiramente, o sistema, implementado por meio de uma medida provisória, não foi fruto de uma ampla discussão entre os diferentes segmentos da sociedade, principalmente daqueles que lutam há anos por uma educação de qualidade, demonstrando seu caráter impositivo. Segundo, O Novo Ensino Médio, bem como a BNCC, são instrumentos de poder de uma parcela muito restrita da sociedade e que servem para atender aos interesses mercadológicos do neoliberalismo, legitimando, cada vez mais, o poder das elites. Terceiro, estes instrumentos vão na contramão da educação emancipatória, tão valiosa ao processo de ensino e de aprendizagem. E, por último, ambos comprometem a qualidade da educação e da formação dos educadores, por criarem conteúdos que não estão em consonância coma formação inicial do professor e por retirarem a obrigatoriedade das Ciências Sociais e da Filosofia, disciplinas indispensáveis à construção da cidadania.
Em resposta à Stephanie de Oliveira Moreira
Re: Novo Ensino Médio e a BNCC
por Vitor Fernando da Silva Felix -Oi, Stephanie, tudo bem?
Concordo com sua postagem e estou bastante de acordo com a revogação completa do Novo Ensino Médio. O que me preocupa, no entanto, é pensar que, mesmo com a revogação do NE, ainda possa surgir uma nova proposta para a área da educação que continue visando os interesses empresariais - ainda que de forma mais recuada que o NE. Pois, apesar de todos os esforços da comunidade escolar e dos teóricos da educação, muitas organizações e grupos ligados à educação privada seguem tendo amplo acesso e são rotineiramente consultados pelo MEC à respeito de políticas educacionais.
Concordo com sua postagem e estou bastante de acordo com a revogação completa do Novo Ensino Médio. O que me preocupa, no entanto, é pensar que, mesmo com a revogação do NE, ainda possa surgir uma nova proposta para a área da educação que continue visando os interesses empresariais - ainda que de forma mais recuada que o NE. Pois, apesar de todos os esforços da comunidade escolar e dos teóricos da educação, muitas organizações e grupos ligados à educação privada seguem tendo amplo acesso e são rotineiramente consultados pelo MEC à respeito de políticas educacionais.
Em resposta à Vitor Fernando da Silva Felix
Re: Novo Ensino Médio e a BNCC
por Aleise Guimarães Carvalho -Concordo plenamente e afirmo que esta também é minha inquietação.
No mais, acrescento que o modelo educacional do país deve ser repensado, estudado e reorganizado a começar pelo ensino fundamental I e II. Enquanto o Brasil tentar modificar apenas o final do ensino básico (Ensino Médio), não teremos resultado positivo de maneira alguma. E quando entendemos que existe um mercado empresarial sendo servido do projeto da nossa educação, concretizamos a convicção do nosso fracasso.
No mais, acrescento que o modelo educacional do país deve ser repensado, estudado e reorganizado a começar pelo ensino fundamental I e II. Enquanto o Brasil tentar modificar apenas o final do ensino básico (Ensino Médio), não teremos resultado positivo de maneira alguma. E quando entendemos que existe um mercado empresarial sendo servido do projeto da nossa educação, concretizamos a convicção do nosso fracasso.