O novo ensino médio marca um momento de neoliberalização da educação brasileira, em espacial a pública, sucateada para promover as grandes redes educacionais privadas. A reforma deixa claro que o objetivo da educação brasileira passa a ser a formação em massa de mão-de-obra barata, mesmo com um aumento de horas ocorre o empobrecimento do currículo e dos momentos em classe. As disciplinas mais criticas são suprimidas por itinerários formativos que em muitas das vezes não funcionam ou mesmo preparam os estudantes para o vestibular.
Percebo o Novo Ensino Médio como uma construção totalmente desvinculada da materialidade do sistema de educação brasileiro, onde não há sequer o básico, como infraestrutura, professores, internet e etc. Dessa forma, é interessante notar como os intinerários são obrigatórios e os alunos podem procurar outras instituições de ensino para cumprir a carga horária, o que força alunos de escolas sem infraestrutura necessária para elaboração de um currículo mais diverso a procurarem instituições privadas para conseguir concluir sua formação. Além disso, é notável como conhecimentos antes direcionados ao ensino superior foram incorporados ao novo ensino médio, precarizando ainda mais os trabalhadores portadores de cursos superiores.