A questão do Ensino Médio é um assunto complexo que deve receber a devida atenção do poder público, da comunidade escolar e da sociedade em geral. Não há como buscar um modelo externo e tentar aplica-lo ao contexto brasileiro, que internamente possui suas especificidades a depender da região e local. Primeiramente, é necessário compreender o contexto socioeconômico nacional e regional, para aí sim ser possível pensar nas estratégias e políticas públicas para o Ensino Médio, mas de forma democrática. Quando se fala em evasão da escola, inúmeros são os fatores que levam os alunos a tomarem essa decisão, tais como problemas financeiros, necessidade de ajudar financeiramente em casa, violência, drogas e outros. Para além da preparação para uma carreira acadêmica ou profissional, a escola deveria oferecer aos alunos determinados recursos e conhecimentos em áreas diversas, que prepararão os discentes para a vida, como inteligência emocional, educação financeira, empreendedorismo e outros temas, e dar a devida importância a todas as áreas do conhecimento, pois todas são fundamentais para a formação dos alunos como cidadãos. Portanto, para além dos interesses sociais, econômicos e profissionais, para além dos currículos propostos e da BNCC, o Ensino Médio deve ser analisado e compreendido a partir de toda a sociedade, dando voz principalmente aos membros da comunidade escolar, e considerando as especificidades de cada região, no intuito de garantir e suprir as necessidades que a comunidade escolar possui, evitando-se assim o risco de precarização da educação e de manter os privilégios de acesso à educação de melhor qualidade apenas aos grupos mais abastados da sociedade.